quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cine-tracts nº23



Do tempo em que o cinema não calava nem consentia.

O direito a ser alguém



Por mais pequeno que seja um país, tem sempre tendência a querer afirmar a sua independência e soberania;
Há aqueles que o querem fazer mas não são um país, não são um Estado, não constituem algo reconhecido internacionalmente;
É esse o caso da Palestina! Um sítio onde nascem terroristas, para uns, um sítio que sofre do terrorismo internacional, para outros.
O que a Palestina sofre hoje, é um terrorismo encapotado chamado de "negociação"; é essa a forma que os EUA e Israel usam para prolongar a tristeza de um povo que não merece sofrer!
Logo em 1917, um ministro britânico disse: "O governo de sua majestade encara favoravelmente o estabelecimento de um lar nacional para o Povo Judeu...", ou seja, já em 1917 se apoiava a ocupação da palestina por parte de um povo de costumes, cultura e religião diferentes. A situação não faz sentido, nem fez sentido à época. Mas o que importa?
Qualquer indivíduo minimamente pensante, reconhece a falta de argumentos por parte de Israel, para ocupar território palestiniano; de facto, os representantes israelitas não tem mais argumentos paa justificar algo que não precisa de explicação.
Há décadas, um território foi ocupado indevidamente; um povo ficou sem casa, um povo foi reprimido, um povo foi julgado, um povo foi humilhado; Não há negociação possível! O mais justo que se podia fazer, era dar aos palestinianos aquilo que lhes pertence;
Há 2 dias, em plena discussão sobre o Estado palestiniano na sede da ONU, veio a público uma notícia que revelava a construcção agendada de quase 2.000 casas em território palestiniano, por parte do Estado de Israel;
A construcção dessas casas ainda não começou, mas com certeza que irá avançar, e será concluída. Não há "mão forte" por parte das instituições internacionais neste caso, nem sequer há "mão"! Não há culpados, não há crime, não há território palestiniano.
Ilusão, é pensar que todos os povos podem ter independência e soberania.
Há dias, ouvi o deputado europeu Paulo Rangel, do PSD, a dizer que a concepção de "Estado soberano" é muito bonita, mas não existe mais, nem deve existir.
Pois, parabéns! Deve existir, mas não existe!
Pensar que a Palestina vai ser um Estado como outro qualquer, é agora pura utopia, visto que basta a oposição de uma delegação na ONU para que tudo fique em "águas de bacalhau", os EUA votam contra, isso é certo.
De qualquer forma, não devemos perder a esperança de um dia ver uma Palestina com direitos, com o direito a ser alguém; uma Palestina com direito a ser tratada como deve ser.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

HOWL - estreou ontem

'Howl' ou 'Uivo', estreou ontem em dois cinemas em Portugal, (um em Lisboa, outro no Porto). Sobre a vida/juventude de Allen Ginsberg, com destaque para o momento do julgamento a que a editora que publicou o polémico Howl, foi sujeita, defendendo-se contra acusações de falta de valor literário, obscenidade barata e gratuita.

Trailer do filme:



Entrevista ao protagonista, James Franco:

sábado, 17 de setembro de 2011

As esquerdas



Aqueles que adoram a democracia e se confessam de esquerda, assistem incrédulos ao actual estado das coisas.
Por um lado, temos a catástrofe da austeridade, anunciada pelos partidos do círculo do poder, e as suas consequências devastadoras a nível social e até económico.

Basicamente, a austeridade é a destruição da economia e de tudo o que é social, em prol da manutenção das finanças;

Neste momento difícil, as esquerdas dividem-se; é talvez graças a essa divisão que conseguimos distinguir as esquerdas, das esquerdas;

Actualmente, na minha opinião, encontramos as esquerdas europeias divididas em 3.

A 1ª esquerda representa os falsos sociais-democratas que se dizem de esquerda, como é o caso do PS português e francês;

A 2ª esquerda engloba os partidos sociais-democratas, verdadeiramente de esquerda, e os socialistas com tendência a participar em coligações governamentais;

Em 3º, e último lugar, encontram-se os partidos socialistas e comunistas, envelhecidos, inúteis e sectários, que se auto-excluem do exercício da democracia (São raros na Europa, mas existem);

Em tempos díficeis, como este, era imperioso que surgissem convergências à esquerda para dar uma resposta mais humana e patriótica a esta crise neo-liberal, sem acrescentar austeridade e desemprego à mesma.

- Os partidos que pertencem ao 2º grupo, de que falei à pouco (sociais-democratas de esquerda e socialistas), assistem com grande esperança e confiança ao que se passa neste momento em países como a Islândia, Finlândia e mais recentemente na Dinamarca.

O que se está a passar nesses 3 países, são convergências de esquerda, com atitudes positivas;

A Islândia, aquando das primeiras notícias sobre crise financeira, tomou medidas.

Na Islândia, as políticas mudaram radicalmente, e os islandeses optaram pela esquerda, tirando a direita do poder;

A esquerda islandesa uniu-se em pontos estruturais e formou um governo de progresso e investimento público, como resposta ao desemprego, por exemplo.

O sistema tornou-se mais democrático e os islandêses têm daqui para a frente, uma última palavra em todos os assuntos.

Recusaram a "ajuda" do FMI, talvez por serem inteligentes, não sei.

Na Finlândia, o cenário repetiu-se.

O centro-direita, os sociais-democratas e as alianças à esquerda, uniram-se para derrotar a extrema-direita, que conseguiu um crescimento preocupante;

O novo governo finlandês, tomou medidas que dão esperança a qualquer pessoa de esquerda, com o mínimo de preocupação no futuro da Humanidade;

Em plena crise, aumentaram as pensões e o subsídio de desemprego; algo impossível de ser feito, dizem os nossos sociais-democratas.

Já na Dinamarca, aconteceu algo igualmente extraordinário;

Os sociais-democratas, derrotaram o poderio dos liberais de direita, que tornaram a Dinamarca xenófoba durante 10 longos anos.

Pensam agora, mesmo com uma maioria absoluta, em coligações com os partidos à sua esquerda, como o Partido Socialista Popular e a coligação "Verde-Vermelho";

Obviamente que para um partido partilhar o poder numa coligação, tem que ter pouca "sede de poder", mas necessita acima de tudo de um grande altruísmo político, para esquecer algumas medidas que dificultariam a sua união com outros partidos de esquerda.

Uma coligação não se faz com o programa de um partido, mas sim de vários.

Por essa razão, é necessário entendimento, cedência e o tal altruísmo político.

Em Portugal as esquerdas não se unem.

Temos um PS que assina memorandos neo-liberais e diz que defende os interesses do país, colocando as pessoas em primeiro;

Temos um Bloco de Esquerda que não apresenta a tal cedência e entendimento;

Temos um PCP que se insere no 3º grupo que referi no início;

Assim, nunca vamos mudar nada, nem sair da sepa-torta.

As eleições na Noruega estão marcadas para Outubro.

Querem apostar que ganha a esquerda?


Este texto não está escrito segundo o novo acordo ortográfico, e é também possível que contenha imensos erros ortográficos;

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Charlie Chaplin - The Great Dictator - Discurso Final

Montagem ilustrativa do Discurso final do filme de 1940 de Charlie Chaplin, O Grande Ditador - achado no youtube. Vídeo original AQUI




I'm sorry but I don't want to be an emperor. That's not my business. I don't want to rule or conquer anyone.
I should like to help everyone if possible: Jew, gentile, black man, white.
We all want to help one another. Human beings are like that.
We want to live by each other's happiness, not by each other's misery.
We don't want to hate and despise one another.
In this world there's room for everyone and the good earth is rich and can provide for everyone.
The way of life can be free and beautiful but we have lost the way.
Greed has poisoned men's souls, has barricaded the world with hate, has goose-stepped us into misery and bloodshed.
We have developed speed but we have shut ourselves in.
Machinery that gives abundance has left us in want.
Our knowledge has made us cynical, our cleverness, hard and unkind.
We think too much and feel too little.
More than machinery we need humanity.
More than cleverness we need kindness and gentleness.
Without these qualities, life will be violent and all will be lost.
The aeroplane and the radio have brought us closer together.
The very nature of these inventions cries out for the goodness in man, cries out for universal brotherhood, for the unity of us all.
Even now my voice is reaching millions throughout the world, millions of despairing men, women, and little children, victims of a system that makes men torture and imprison innocent people.
To those who can hear me I say, "Do not despair."
The misery that is now upon us is but the passing of greed, the bitterness of men who fear the way of human progress.
The hate of men will pass, and dictators die, and the power they took from the people will return to the people.
And so long as men die, liberty will never perish.
Soldiers, don't give yourselves to brutes, men who despise you, enslave you, who regiment your lives, tell you what to do, what to think, and what to feel, who drill you, diet you, treat you like cattle, use you as cannon fodder.
Don't give yourselves to these unnatural men, machine men with machine minds and machine hearts.
You are not machines, you are not cattle, you are men!
You have the love of humanity in your hearts.
You don't hate. Only the unloved hate, the unloved and the unnatural.
Soldiers, don't fight for slavery, fight for liberty!
In the 17th chapter of St Luke it is written, "The Kingdom of God is within man. Not one man nor a group of men, but in all men. In you!"
You, the people, have the power, the power to create machines, the power to create happiness.
You, the people, have the power to make this life free and beautiful, to make this life a wonderful adventure.
Then in the name of democracy, let us use that power.
Let us all unite! Let us fight for a new world, a decent world that will give men a chance to work, that will give youth a future and old age a security.
By the promise of these things, brutes have risen to power.
But they lie! They do not fulfil that promise. They never will!
Dictators free themselves but they enslave the people.
Now let us fight to fulfil that promise!
Let us fight to free the world, to do away with national barriers, to do away with greed, with hate and intolerance.
Let us fight for a world of reason, a world where science and progress will lead to all men's happiness.
Soldiers, in the name of democracy, let us all unite!