O que é o Arsenal dos Inválidos?
O Arsenal dos Inválidos é uma associação entre pessoas de ideologias diferentes interessadas no progresso social, no debate e inovação politico-cultural e na promoção do secularismo e da racionalidade. O que nos une é a defesa intransigente dos princípios herdados da Revolução Francesa e da Res publica. Apelamos a todos os Democratas, Progressistas e defensores da "Coisa Pública" que se juntem a nós neste combate em direcção a uma sociedade mais justa, participativa e menos dogmática.
Manifesto da Invalidez
Manifesto da Invalidez
Dia 14 de Julho de 1789, em Paris, o rei Louis XVI, detentor do poder absoluto, recebe um esbaforido Duque de La Rochefoucauld-Liancourt que, a medo, explica balbuciante os acontecimentos dessa manhã. “C’est une revolte?”, pergunta o rei, incrédulo. Rochefoucauld pede licença, avança dois passos e corrige: “Non, Sire, c’est une Révolution!”
Nesse dia histórico os populares, ansiosos por uma nova ordem política e social que os libertasse das suas condições precárias, organizaram-se em milícias revolucionárias e decidiram tomar o poder nas suas próprias mãos. Nessa tarde fria, terça-feira, milhares de populares invadem o Arsenal do hospital dos Inválidos para feridos de guerra. A multidão apodera-se de quarenta mil fuzis e doze canhões. Este foi o primeiro acto de uma Revolução cujas vitórias se estendem até hoje.
Uma revolução é uma mudança de paradigma social. É um conjunto de alterações profundas nas estruturas económicas, sociais, políticas e culturais, fazendo surgir novas formas de organização, novos valores e novos conceitos. Em 1789, os oprimidos — os membros mais pobres do Terceiro Estado: servos, camponeses e trabalhadores — sublevaram-se e despoletaram a Revolução Francesa.
Hoje, os oprimidos somos todos nós.
Os oprimidos são os trabalhadores precários, são as mulheres, são as pessoas de orientações sexuais marginalizadas, são os jovens, são as minorias étnicas, são os assalariados, são os desempregados, são os imigrantes, e todos os excluídos e marginalizados pelo actual sistema. São todos os que não detêm o poder político ou económico. Todos aqueles que deixaram de ter espaço numa realidade social que os exclui. É chegada a hora de uma nova Revolução, de um novo paradigma.
Mas somos os Inválidos do século XXI e a nossa Revolução deve ser conduzida com armas próprias dos nossos tempos. Abandonemos os fuzis e os canhões do séc. XVIII: as nossas armas são as nossas ideias, os nossos pensamentos e opiniões — estamos armados pela liberdade de expressão e pela convicção dos nossos ideais.
Este blog reúne as convicções de alguns destes Inválidos. Somos jovens que expomos aqui aquilo em que pensamos e acreditamos, as nossas opiniões (não necessariamente concordantes: revemo-nos no pluralismo de opiniões). O blog é, portanto, o nosso Arsenal. É aqui que expomos e guardamos estas armas, aguardando o dia em que elas serão suficientes para derrubar o status quo e despoletar uma nova sociedade, mais livre, solidária, igual, justa e participativa.
Poderemos ser inválidos hoje, mas não o seremos amanhã.
Poderemos ser inválidos hoje, mas não o seremos amanhã.
Parabens pelo blog! Seguir-vos-ei ;)
ResponderEliminarE depois da revolução, o quê que se segue?
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