Venho aqui postar uma ideia de protesto interessante que já tem o apoio de algumas camadas da população Francesa. Este post foi inspirado num post do blog "Vias de Facto".
"Não peguemos em armas para matar pessoas e começar uma revolução. Nos dias de hoje, é muito fácil fazer uma revolução. O sistema assenta no poder dos bancos, por isso tem de ser destruído através dos bancos", defendeu o ex-jogador, que, nos últimos anos, tem dividido o seu tempo entre o cinema e as acções de beneficência, através da Fundação Abbé Pierre, que presta apoio a pobres e sem-abrigo.
Na entrevista, dada depois da forte contestação dos franceses ao plano de austeridade, com implicações nos impostos, redução da despesa pública e aumento da idade da reforma, o antigo jogador (…) sustentou que o seu conceito de revolução é simples: "Em vez de irmos para as ruas, conduzir durante quilómetros, basta ir ao banco e levantar o dinheiro. Se houver muita gente a fazer levantamentos, o sistema colapsa. Sem armas, sem sangue."
(…)
Mas a proposta de Cantona teve uma consequência imediata que não pode ser desprezada, já que serviu de mote a um movimento na Internet, o StopBanque, que apela aos cidadãos europeus, e não apenas aos franceses, para que façam levantamento de dinheiro, aos balcões dos bancos, num dia em concreto: 7 de Dezembro.
Já terão sido manifestadas mais de 14 mil intenções de adesão a esta iniciativa, e a mensagem do StopBanque começa a ser replicada noutros países, com destaque para a Inglaterra, e também noutras redes sociais, designadamente no Facebook.
STOPBANQUE.
Desculpa a minha ignorância, mas o que é que acontece a seguir? Eles não vão ter dinheiro para dar, porque o nosso dinheiro está aplicado em todo o lado menos ali disponível para nós. Já vi essa iniciativa divulgada noutros sítios, mas confesso (sem falsa ironia) que não compreendi bem o sentido da coisa... Gostava de perceber... :-/
ResponderEliminarO colapso do sistema, praticamente... acho que não havia grande solução. O banco ia deixar de ter dinheiro para dar. As primeiras pessoas a tirarem o dinheiro ficavam asseguradas, as ultimas não.
ResponderEliminaro sentido da coisa é os bancos deixarem de operar com tanta margem de risco... realmente é simples. AS pessoas que estão sempre a criticar os bancos e os banqueiros deviam fazer isso. É fácil.
Imaginem isso a acontecer em Portugal. Bastava juntar umas 100 pessoas do mesmo banco e retirar o dinheiro do banco. Esse dinheiro não ia ter influência nas contas do banco, mas ia chamar a atenção pública, ia fazer com que os bancos repensassem a sua estratégia, possivelmente se o movimento tivesse consequência a seguir 200 pessoas retirariam o dinheiro do banco... menos 300 clientes da noite para o dia, para um banco português, já tem um impacto grande, principalmente a nível de investidores, e a nível publicitário. O banco perderia muito dinheiro indirectamente... Certamente se os banqueiros fossem espertos iam mudar as politicas, ter menos margem de lucro, em troca de mais segurança e mais garantias para os clientes. Provavelmente apareciam outros bancos a operar em sistemas mais seguros. Até poderiam existir dois tipos de bancos, os actuais e outros mais seguros com menos margem de lucro.
Faz-me lembrar uma marca inglesa de soutiens que não me lembro agora o nome, em que as clientes com os seios mais favorecidos pagavam mais. Essas clientes decidiram boicotar, a empresa teve que mudar de politica e por os soutiens todos ao mesmo preço, pequenos e grandes...
é essa a beleza do capitalismo. O cliente tem sempre razão. No capitalismo, a revolução é fácil de fazer.
No capitalismo, a revolução é fácil de fazer. Muito, muito fácil. Aliás acontece a toda a hora. O Capitalismo de "livre-mercado" é tão bom e responsável que estamos na situação em que estamos...
ResponderEliminarFácil. Os bancos vivem dos clientes. Ponha 100 pessoas a levantar todo o dinheiro no mesmo dia do banco espirito santo, por exemplo, a ver os efeitos que tem. Garanto-lhe que a noticia vai espalhar-se pelo mundo inteiro. Garanto-lhe que as consequencias serão maiores que qualquer discurso ou qualquer lei parva...Não há revolução mais fácil. Não têm que lutar contra ditadores, nem contra exércitos, basta deixar de apoiar... A única dificuldade é que as pessoas falam muito, mas esperam que sejam sempre os outros a fazer, de preferência o Estado, tal como parece ser o caso do Miguel
ResponderEliminardeves ter algum banco! sabes quanto levam por levantar dinheiro ao balcão?
ResponderEliminarEu tenho um banco, sim, o da cozinha para me sentar.
ResponderEliminarO Estado não é uma entidade monolítica. O Estado é um ordenamento jurídico (de escala nacional) materializado que exprime os interesses da classe dominante. O Estado é uma ferramenta de domínio, que sobrepõe interesses de classe sobre outros interesses de classe. O Capitalismo e os seus protagonistas usam o Estado como um garante dotado do monopólio da coercibilidade para defender o direito à propriedade e os mecanismos de mercado. Isto é o Estado. O Estado não uma identidade separada da sociedade, esta exprime a desigualdade social e é o garante da mesma. Quem advoga a extinção do Estado, advogará por sua vez a abolição do capitalismo.
ResponderEliminarOra, eu advogo a abolição do capitalismo. Mas não acho viável declarar uma abolição completa do capitalismo enquanto não existir uma rede social, uma economia social, e um mercado regulado, e enquanto não existir força social suficiente para o fazer.
Garanto-te que se as pessoas ousassem tirar o dinheiro dos bancos, o Estado iria garantir aos bancos que eles não falissem, porque infelizmente muitos desses bancos já estariam falidos se eles "sobrevivessem" só dos clientes. Mas hoje em dia, no mundo real, os bancos sobrevivem à conta dos clientes, do Estado e dos contribuintes que salvaram as suas operações no mercado. Citar o exemplo do BPN, no caso português será bom para se reflectir. As coisas não são assim tão claras. O sector privado funde-se com o Estado nos seus interesses, não existe um verdadeira antagonismo de objectivos mas uma relação de instrumentalização do sector privado dominador, sobre o Estado, seu amigo e garante.
ResponderEliminarMiguel, a sua ideia de capitalismo parou no tempo muito antes de ter nascido, é relativa a uma ideologia que causou muitas mortes e sofrimento, é errada e preconceituosa, e além do mais, é hipócrita.
ResponderEliminarAntes de defender a morte do capitalismo, (ou seja, da liberdade das pessoas trocarem entre si o que quer que seja voluntariamente sem regulação de políticos e burocratas), e advogar uma sociedade de associações forçadas só porque assim o mundo já lhe parece mais bonito, olhe para o computador em frente a si e pense duas vezes. Pense em todos os seus componentes: no teclado, no rato, no processador, nos chips, nos plásticos, no design, e todas as coisas que nem me passam pela cabeça e em todos os diferentes lugares que cada parte foi feita pelas mais diferentes pessoas. Depois pense no que era um computador há 15 anos atrás, e de como este evoluiu graças ao esforço individual de várias pessoas, através da competição, através do consumo, através da globalização, através de enormes lucros das empresas que fabricam pcs, e que tornaram possível uma pessoa comprar um computador por metade do ordenado mínimo em Portugal. Se então continuar a achar que o capitalismo é assim tão mau, deite o computador fora, e faça um conforme a sociedade que advoga. Mas, por favor, não seja um hipócrita.
Este seu comentário é a coisa mais primária e ridícula que já vi nos últimos tempos de blog. Habitualmente temos pessoas que aqui defendem com argumentos válidos as suas posições políticas contrárias à minha, com toda a legitimidade e conhecimento. Por vezes há debates interessantes, onde aprendo muito. Mas este parece não ser o caso. Com muitas é frutuito debater, com outras nem tanto.
ResponderEliminarPorque para que haja um debate interessante as pessoas têm de saber minimamente determinados conceitos base. A sua definição de capitalismo é errada, e não há de encontrar a mesma em parte alguma do mundo académico e esclarecido.
"capitalismo, (ou seja, da liberdade das pessoas trocarem entre si o que quer que seja voluntariamente sem regulação de políticos e burocratas)"
Penso, que quando quiser definir, que defina as coisas com pés e cabeça, da maneira mais rigorosa possível, que é para evitar um debate populista, ignorante que só insulta. Estamos todos aqui sempre a aprender, permita que lhe ajude a aprender também. Procure, ou, cruze definições de capitalismo em livros académicos ou em sites de confiança, e terá uma noção mais completa e rigorosa do que isso consiste. Só assim é que conseguirá defender o seu ideal melhor.
"Miguel, a sua ideia de capitalismo parou no tempo muito antes de ter nascido, é relativa a uma ideologia que causou muitas mortes e sofrimento, é errada e preconceituosa, e além do mais, é hipócrita."
ResponderEliminarÉ interessante que eu me identifique com as críticas ao capitalismo com um dos mais recentes prémio nobel da economia, Joseph Stiglitz. Vai-me dizer que este tem uma concepção dos mercados e do capitalismo arcaica?
Você pouco sabe qual é a minha ideologia e é preconceito da sua parte julgar saber a minha ideologia sem eu ainda a ter divulgado.
"e advogar uma sociedade de associações forçadas só porque assim o mundo já lhe parece mais bonito"
Explicite o sítio ou o local onde eu digo defender uma sociedade de associações forçadas?
Não será esta sua frase preconceituosa?
"Pense em todos os seus componentes: no teclado, no rato, no processador, nos chips, nos plásticos, no design, e todas as coisas que nem me passam pela cabeça e em todos os diferentes lugares que cada parte foi feita pelas mais diferentes pessoas"
É por pensar nessas pessoas, as que fizeram os chips e que recebem miseráveis salários e são postas a condições laborais stressantes e desumanas que sou de esquerda. É por pensar na poluição que muitas dessas indústrias propagam sem qualquer vergonha, é que sou de esquerda.
É por saber que existe mão-de-obra infantil a fazer os computadores, os teclados, as dobras dos chips, e o incertamento dos mesmos, que sou de esquerda.
"Se então continuar a achar que o capitalismo é assim tão mau, deite o computador fora, e faça um conforme a sociedade que advoga"
Este é um argumento primário utilizado por discursos populistas e demagógicos. É o mesmo que diz que se defendes outro modo de produção não podes consumir os produtos feitos pelo modo de produção que existe, e deste modo podemos inferir que não podes comprar nada que seja feito pelo mesmo modo de produção, o que é uma ideia ridícula e inconsistente. Este argumento é de uma idiotice tremenda. Você se vivesse numa Ditadura deixava de defender a democracia por comprar computadores feitos por uma empresa pública do regime? Se você vivesse num regime comunista e defendesse o Capitalismo não compraria os carros e Pc's feitos pelo modo de produção comunista?
O que eu digo não é que o capitalismo "é mau" isso é reduzir a minha visão sobre o capitalismo. A minha visão sobre o capitalismo é de que é o modo de produção melhor do que os seus anteriores, mas que tem muitíssimas falhas que devem ser corrigidas. Defendo a longo/médio prazo uma evolução do capitalismo para um modo de produção mais justo, equitativo e sustentável e que valorize mais as potencialidades do homem comum.
Vejo que o meu dever enquanto cidadão é aperfeiçoar a sociedade e não conformar-me com ela. Felizmente o Capitalismo não é eterno.
PS: Espero que num futuro não muito longínquo possamos falar através de outro meio de comunicação mais avançado, feito por um modo de produção mais próspero, criativo, equitativo e sustentável. E aí eu direi, deita esse teu novo meio de comunicação fora, seu capitalista hipócrita. ehehehe.
ResponderEliminarMiguel, stiglitz não defende acabar com o capitalismo, tal como você afirmou. Mas agora você já afirma que não quer acabar com o capitalismo e que ele nem sequer é mau apesar de explorar pobres criancinhas e destruir o planeta. Decida-se! De repente parece um anarquista socialista que critica o estado e depois já defende as intervenções dos políticos. Parece-me que não tem qualquer ideia do que fala.
ResponderEliminarE pode-me dizer em que sentido a minha definição de capitalismo é errada? Pode ser insuficiente, mas não é errada.
A sua é que é completamente distorcida. Primeiro fala como se vivêssemos numa sociedade capitalista e depois afirma coisas assim:
"O sector privado funde-se com o Estado nos seus interesses, não existe um verdadeira antagonismo de objectivos mas uma relação de instrumentalização do sector privado dominador, sobre o Estado, seu amigo e garante. "
e depois ainda tem esta pérola:
"Quem advoga a extinção do Estado, advogará por sua vez a abolição do capitalismo."
Aqui já é a sua vertente anarquista a falar. E qual é a solução? Se não há estado, nem capitalismo? Associações? mas nao quero fazer parte de associações. Associações forçadas!
em tom caricatural faz-me lembrar isto:
http://www.youtube.com/watch?v=F6Eln6tdduU
O que eu advogo é a regulação forte do capitalismo. A nacionalização dos sectores estratégicos da economia, e a primazia do sector público sobre o privado. Tão simples quanto isso. Defendo a existência de um sector privado, tal como a existência de um sector privado/cooperativo e de uma economia social, e de várias formas de produção e economias alternativas.
ResponderEliminarÉ isto que defendo.
E tu o que defendes, que modelo de desenvolvimento advogas?
Qual é a tua definição completa e rigorosa de Capitalismo?
Que ideologia, se a tiveres, advogas?
Pareces ter um fetiche estranho com associações forçadas.
"já afirma que não quer acabar com o capitalismo e que ele nem sequer é mau"
ResponderEliminarEu não digo primáriamente que o capitalismo é "mau", porque isso é uma crítica demasiado redutora e inconsistente, e exprime uma análise e linguagem demasiado primária e superficial que eu não gosto de fazer. Não costumo qualificar modos de produção com as palavras "mau" ou "bom". Seria uma análise redutora, simplista à qual pretendo fugir.
"é a regulação forte do capitalismo. A nacionalização dos sectores estratégicos da economia, e a primazia do sector público sobre o privado. Tão simples quanto isso. Defendo a existência de um sector privado, tal como a existência de um sector privado/cooperativo e de uma economia social, e de várias formas de produção e economias alternativas."
ResponderEliminarMas não é, mais ou menos, melhor ou pior, isto que existe? Não há regulações do capitalismo? Não temos fortes regras laborais, não temos uma grande carga tributária, não temos empresas publicas em sectores estratégicos, como a energia, comunicações, estradas, cultura, media e outras coisas? Não vivemos num sistema misto, com a primazia das empresas públicas sobre as privadas? Quer mais disto é? Mais regulação, mais empresas geridas por interesses políticos, mais impostos, menos competição, menos iniciativa individual... é como eu digo, voce esta completamente perdido.
"Não temos fortes regras laborais, não temos uma grande carga tributária, não temos empresas publicas em sectores estratégicos, como a energia, comunicações, estradas, cultura, media e outras coisas"
ResponderEliminarExactamente, já não temos tudo isso que enumera, e muitas coisas estão se a perder.
"Não vivemos num sistema misto"
Cada vez menos...
"com a primazia das empresas públicas sobre as privadas?"
Não, com primazia das privadas sobre as públicas, como o caso das "ppp".
"Quer mais disto é? Mais regulação, mais empresas geridas por interesses políticos"
Exactamente. Parece que existe assim tanta regulação, e que cada vez há mais, antes pelo contrário.
"é como eu digo, voce esta completamente perdido."
Realmente você não está nada perdido, você é mesmo um sábio! Está sempre certo!
Agora gostaria que me respondesse às questões que já coloquei anteriormente. Mas você evita responder.
ResponderEliminarE tu o que defendes, que modelo de desenvolvimento advogas?
Qual é a tua definição completa e rigorosa de Capitalismo?
Que ideologia, se a tiveres, advogas?
não advogo nenhum modelo de desenvolvimento para além do livre mercado e menos intervenção do estado possível.
ResponderEliminarpara se ter uma completa e rigorosa definição certamente não pode recorrer a mim. mas contento-me com a definição que já afirmei antes.
não tenho uma ideologia propriamente definida, somente um sentido, máxima liberdade possível sem interferência dos direitos individuais.
tire as conclusões que quiser