segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Marx, Trotsky, Lenine e outros Santos Padroeiros
domingo, 30 de janeiro de 2011
O "Nada" e o "Ninguém"
Uma cidade que se substitui.
Um cidadão que se perde.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
O futuro incerto da Revolução tunisina
[Conflito entre a população egípcia e a política de choque]
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
A Nossa Maior Glória não está em Cair, mas em Levantar a Cada Queda.
Cavaco Silva eleito por cerca de 25% do total de portugueses e Manuel Alegre votado por cerca de10% dos portugueses. O que ficou a nu foi que nenhum deles tem grande credibilidade perante o povo português.
Mas mesmo assim do universo de eleitores Cavaco Silva ganhou. Manuel Alegre saiu derrotado, e a esquerda sai de ressaca como era previsível pelos críticos mais racionais desta fantochada.
Por mais jogos de palavras que queiramos fazer, Manuel Alegre não atraiu a confiança dos portugueses e teve um resultado pior que quando concorreu como "independente".
O que ficou patente, é que os candidatos "anti-sistema" saíram vitoriosos destas legislativas. Tanto Coelho como Nobre tiveram votações surpreendentes. O que mostra bem o descrédito que o povo português tem na classe política em geral.
Tal classe política que é bem representada na figura de Manuel Alegre e Cavaco Silva.
Pois um não teve outro trabalho que ser deputado na Assembleia da República e fazer poemas (Manuel Alegre), outro é o político que há mais tempo está no poder (Cavaco Silva). Os portugueses estão fartos deste tipo de oportunistas políticos, como mostra a abstenção, os votos brancos, nulos e os votos em Nobre e Coelho.
Tanto Cavaco Silva como Manuel Alegre estiveram nos corredores do poder nos últimos 37 anos. Tanto um como outro são são as faces da mesma moeda. Cada um à sua maneira. Cada um com o seu estilo e partido, cada um com as suas hipocrisias.
Manuel Alegre não representava uma real mudança, mas sim a perpetuação do mesmo, visto que quem apresenta o programa político estrutural para o país não é o Presidente da República.
Manuel Alegre poderia ser um garante da não dissolução da Assembleia da República, sim, mas não poderia impedir a acumulação de forças do PSD e CDS e da sua previsível chegada ao poder, a curto-médio prazo. Manuel Alegre foi uma má escolha da esquerda, de uma que se rende à falta de rigor, à mediocridade e ao mais fácil nos seus critérios políticos para apoiar certa personagem. Como sempre disse e continuo a dizer. Está na hora de prestar contas, está na hora de assumir os erros e aprender com eles. Mas não desistir, nunca. Nem desistir de aprender.
Está na hora de não voltar a apoiar candidatos medíocres, mas sim ter critérios mais rigorosos e também convergentes na escolha dos candidatos, e trabalhar para isso.
Cavaco ganhou, mas é a última vez que ganha. Prometemos dar luta.
Tenho pena daqueles que se deixaram iludir em demasia pela figura do Manuel Alegre, e dos que hipocritamente apoiaram a sua candidatura. O povo português conhece-os e não acredita neles.
Como mostraram as eleições.
Só 25 % dos portugueses acreditam em Cavaco Silva, e menos de 10% em Manuel Alegre.
Aprender com os erros, e toca a levantar.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Cavaco, O Candidato do Grande Crime Económico Português
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Pré-Crime e Castigo
O FBI quer acesso às bases de dados biométricas e biográficas dos portugueses que constam no Arquivo de Identificação Civil e Criminal, bem como à base de dados de ADN de Portugal. Isto significa acesso ao bilhete de identidade de todos os cidadãos portugueses bem como registo criminal e informação genética de todos os cidadãos condenados.
Isto, claro, para combater esse inimigo terrível, sedicioso e incorpóreo que é o terrorismo. Em nome do combate a uma entidade inexistente, vendemos a nossa identidade, base fundamental da liberdade pessoal, a um país estrangeiro. Como quando os EUA mandam, Portugal obedece, encontramo-nos na situação humilhante e insultuosa de cedermos, de joelhos, informação sobre a nossa identidade — morada, impressões digitais, nome e fotografia de todos os cidadãos portugueses — sem pedirmos, sequer, reciprocidade.
O acordo completo está na internet (apesar de ao que parece ser secreto), e merece alguma reflexão. A começar pelos cidadãos cujos dados genéticos e registo criminal serão partilhados. Os condenados, naturalmente, bem como, diz o artigo 11.º, todos os que «irão cometer cometer ou cometeram infracções terroristas, infracções relacionadas com terrorismo ou infracções relacionadas com um grupo ou uma associação terrorista», «estão a ser ou foram treinados para cometer as infracções referidas» «irão cometer ou cometeram uma infracção penal, ou participam num grupo criminoso organizado ou numa associação criminosa».
Os cidadãos que irão cometer infracções terroristas. Ou, por outras palavras, cidadãos que não cometeram infracções. Cidadãos que estão a ser, para todos os efeitos, punidos sem qualquer atitude que mereça tal punição.
A fim de combater o terrorismo, elaboram-se listas de pessoas que cometeram crimes, listas de suspeitos que cometeram crimes, listas e listas. As listas da CIA incluem já um milhão de nomes (incluindo alguns suspeitos improváveis); os cidadãos proibidos de viajar são cerca de dez milhares, sem incluir falsos positivos. Acrescentam-se agora listas de cidadãos passíveis de virem a cometer crimes no futuro (Minority Report, alguém?).
E quem decide se os cidadãos «irão cometer crimes»? Com uma redacção elegantemente dúbia, o Acordo esclarece que as partilhas serão determinadas por «circunstâncias particulares que justificam ter razões para crer». Com esta ambiguidade, não sabemos nem quais são as circunstâncias particulares (provas de planeamento de um crime?, relatórios anónimos?, “não ir com a cara do gajo”?), nem quem é que tem de ter razões para crer (tribunais?, polícia?, o Serviço de Informações?).
Por fim, os dados biométricos, que em Portugal devem ser destruídos quando é provada a inocência do acusado, são mantidos nos EUA, onde podem ser usados, por exemplo, para uma condenação à morte. Conclui-se que o «reforço da cooperação no domínio da prevenção e do combate ao crime» inclui a remoção de direitos consagrados pela lei.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
SERÁ O HOMEM COM FOME LIVRE?
Liberdade, liberdade, liberdade e mais liberdade.
Toda a gente defende a liberdade, e a cita, salvo excepções muito raras.
Mas o que destinge as pessoas que falam em liberdade, não é o axioma em si, mas a pergunta, mas a quem é que vão dar essa liberdade? Ou pedófilo? ao corrupto? ao empresário? ao trabalhador? ao tirano? ao democrata? ao mercado? ao cidadão? ao Estado Democrático? ao autoritário?
O que é liberdade para uns, não o é para outros.
A liberdade do trabalhador, não é a mesma liberdade do empresário, além de não serem a mesma, são contrárias e inconciliáveis. O que para um é liberdade para o outro é autoritarismo. A escolha democrática da liberdade política é aquela que escolhe o lado da maioria afectada/oprimida e que tenta incluir o máximo de cidadãos na maximização da sua liberdade.
E tu a quem dás a liberdade?
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Wake-up Calls
De forma completamente inesperada, um dos «alvos», a Representante Gabrielle Giffords (aparentemente, porque apoiava a reforma do sistema de saúde), Democrata do Arizona, foi atacada a tiro por um assassino com uma arma automática. No tiroteio, catorze pessoas ficaram feridas e seis pessoas jazem mortas, incluindo uma menina de 9 anos.
O assassino, Jared Lee Loughner, tem ligações ao grupo nazi American Renaissance e tinha o Mein Kampf e o We the Living (de Ayn Rand) entre os seus livros preferidos (bem como o Manifesto Comunista, como a Fox News não para de nos recordar).
A tentativa de assassinato ocorre num estado onde o discurso político se transformou numa verborreia inclemente de retórica eliminacionista, em que qualquer pessoa à esquerda da direita republicana é classificada como um traidor e inimigo do Estado. A situação política nos EUA chegou a uma situação em que a atmosfera tóxica produzida pela direita republicana e libertária polui o discurso com ódio e a retórica da violência.
A CNN diz que «isto pode ser uma wake-up call». Isto? Os membros do Tea Party levarem armas para as manifestações não foi? A retórica assassina e os apelos repetidos à violência por parte dos glenn becks, rush limbaughs, michael savages e sarah palins não foi? O culto das armas da NRA não foi?
Esta imagem do Pina County Republican Website não foi?
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
"Também tu podes ser o avô de Portugal" por Cavaco Silva
Muito de mal se tem apontado sobre o Presidente Cavaco Silva e as suas decisões políticas. Chega! Afinal, também temos de evidenciar o lado positivo do Presidente.
Cavaco Silva é um enigma, um quebra-cabeças e uma das personalidades mais complexas da actualidade portuguesa. Para compreender todas as suas decisões políticas, temos de estar cientes de uma das brilhantes características do seu discurso: o didatismo. Tudo o que Cavaco diz e faz é uma lição de vida, só não vê e aprende quem não quer.
Com a devida atenção, podemos verificar que o percurso de vida do actual Presidente da República Portuguesa, em conjunto com todas as suas medidas, nos dão tópicos essenciais para a nossa vida. Talvez, algum dia, alguém os aproveite para fazer um livro de Auto-Ajuda. Cavaco é um autêntico camaleão político: consegue modificar a opinião pública e reforçar a convicção dos seus apoiantes com três ou quatro medidas. Fez uma passagem de podre da política a herói pacifista, através de uma observação minuciosa do português comum.
Cavaco Silva viu aquilo que mais faltava ao povo português e deu-lhe. A figura do avô conservador, mas preocupado, o avô pacifista e que tenta de tudo para nos dar o melhor: o eterno generoso. Com Cavaco, aquela figura geralmente perdida na infância é ressuscitada.
Talvez esta ideia lhe tivesse surgido enquanto assistia ao nascimento do seu primeiro neto. Geralmente, é entre estas banalidades que surgem as ideias dos génios.
Para os menos atentos, colocarei aqui alguns dos seus sagrados ensinamentos, com base em medidas e promulgações/vetações polémicas e relativamente recentes:
1) Promulgue a maioria dos diplomas, vete o menor número destes. O exemplo cavaquista foi fenomenal neste sentido: A 28 de Setembro de 2010 atingiu os 2.000 diplomas promulgados e a 6 de Janeiro de 2011 perfez os 15 diplomas vetados.
2) Escolha, minuciosamente, os diplomas a serem vetados. Nunca promulgue um diploma que possa criar questões ou dúvidas quanto à linha política do Presidente. Nunca vete um diploma que possa trazer benefícios financeiros a si ou a uma indústria financeira ou que possa denegrir a sua imagem de generosidade.
3) Nunca se esqueça: é o avô de todos e tem de manter uma imagem agradável para a maioria absoluta dos portugueses, de forma a conseguir apoiantes suficientes para um segundo mandato.
4) Escolha um discurso adequado para apoiar as suas promulgações ou vetações mais polémicas. Nunca contradiga a sua linha de pensamento. Conforme convenha à imagem da sua linha política, revele um grande conflito moral, de quem não pode fazer nada em contrário, e/ou crie um motivo hipoteticamente forte para tomar uma determinada decisão ao promulgar uma lei que não defende. No caso de ser necessária a vetação, demonstre que consultou especialistas na matéria (mesmo que não tenha consultado especialistas de todas as opiniões) e/ou vete por necessitar de revisão.
5) Vá dando "rebuçados" liberais, enquanto tira outros mais pequenos. Ninguém lhe pode acusar de não ter feito um esforço.
6) Mostre-se sensibilizado com o Estado Social, compreendendo o problema das pessoas, mesmo que tenha tomado medidas que piorem a sua situação. ( Tenha especial atenção à visibilidade dos discursos feitos no ano novo ou em épocas mais simbólicas. Exemplarmente: http://www.youtube.com/watch?v=BEO40SZCWRs )
Repita palavras como direitos e igualdade.
7) Evidencie a sua impotência quanto às decisões que foram tomadas. Faça um discurso que leve o povo a concluir que a pressão social realizada sobre o Presidente da República impede que este vete os diplomas e que o seu poder é praticamente nulo junto dos demais orgãos governativos. A representação do País é o seu principal papel. Mostre que fez um esforço claro para não tomar a decisão que, com efeito, tomou..
8) Nunca enfatize demais a tentativa de mudança antes da tomada de decisão. Efectivamente, tem de assinalar este esforço equilibradamente, permitindo uma ambiguidade entre as medidas tomadas e o conflito moral sentido.
9) Exponha, sempre que puder, as suas crenças conservadoras e o seu modelo de família, mas deixe sempre um pouco de subjectividade no discurso. (http://www.youtube.com/watch?v=QfGjx8UnHI0&playnext=1&list=PL9E39A22A9A611043&index=54 , como se pode verificar, não se refere ao modelo da mulher trabalhadora como algo negativo, simplesmente elogia as mulheres que são donas de casa. O comentário conservadorista é feito tão subtilmente que passa practicamente despercebido)
10) Sobre a crise, mostre-se contra as proposta do Governo, mas enfatize sempre o sentido de responsabilidade que caracteriza o Presidente da República e reforce a ideia de impotência ao ter sido "pressionado" a promulgar diplomas como o do Orçamento de Estado.
11) Nas suas campanhas, apresente-se ao lado da sua mulher, dos filhos e dos netos, dando um exemplo secular de família, essencial num país tão religioso como Portugal.
12) Demonstre total confiança no que faz e diz.
Em linhas gerais: demonstre amabilidade por todos, carinho e generosidade; aposte numa ambiguidade crescente entre as acções tomadas e o que defende, de forma a confundir a opinião pública e convencer o povo de que é O homem de confiança; refira convenientemente a importância da moral e da família.
Após estas medidas depressa se tornará na figura mais querida do povo português. Do que está à espera? Pode ficar como Cavaco nas sondagens: 67,1% !
[Nota: Aposte, também, na manutenção de um bonito cabelo grisalho.]
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Opinião : Infelizmente, a lei vetada a 6 de Janeiro de 2011 não trazia qualquer vantagem. Ali ficou: vetada. Não nos esqueçamos disto ao aplaudir a promulgação do casamento homossexual por parte de Cavaco Silva.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Partidos recebem proposta para tornar pobreza ilegal
«Há muito tempo que me preocupa que o combate à pobreza seja feito num contexto de tolerância, ou seja, vai fazendo-se o que se pode ou que, muitas vezes, podendo, não se faz», explicou à Lusa o director executivo da CAIS.
De acordo com Henrique Pinto, os números da pobreza têm vindo a aumentar e «já se fala» que em Portugal atinge 22 por cento da população. Número que poderia chegar aos 41 por cento se não existissem as transferências sociais do Estado, que, segundo Henrique Pinto, «não têm feito mais nada do que aliviar» o problema.
«O que queremos é que a pobreza seja tratada num contexto de total intolerância. É preciso que a pobreza se combata dentro de um contexto de ilegalidade para que seja levada a sério, como a escravatura se aboliu em 1869 em todo o território português no dia 25 de Fevereiro», defendeu.
Nesse sentido, explicou, a associação tem levado a cabo um trabalho de construção de um documento que pretende apresentar aos partidos com o objectivo de que algum o proponha como projecto de lei.
«O que fizemos foi reunir toda a legislação abraçada pelo Governo e dizemos o seguinte: se com esta legislação, que tem muitas vezes a ver com legislação europeia, não conseguimos reduzir os níveis de pobreza, então, das duas, uma: ou a legislação não está a ser cumprida devidamente ou então a legislação em Portugal não chega para reduzir a pobreza», sublinhou.
O documento defende que o «Estado está num total incumprimento» porque a legislação existe, mas os níveis de pobreza em Portugal não diminuem e coloca a fasquia ainda mais alta para o lado do Estado.
«O que vamos exigir do Estado é que ele reduza num ponto percentual o nível de pobreza em Portugal todos os anos. Estamos em 22 por cento neste momento, para o ano deveríamos ser capazes de reduzir para 21 por cento. E caberia à Assembleia da República monitorizar este trabalho», explicou Henrique Pinto.
Se o Estado não for capaz de cumprir essa meta, o documento prevê penalizações que passam por aumentar num ponto percentual o valor das transferências do Estado para as Organizações não-governamentais (ONG) ou para as Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS) e aumentar também o valor das pensões de reforma mais baixas.
Henrique Pinto disse que o documento já está finalizado e que durante o primeiro trimestre de 2011 será entregue a «alguns peritos», como Marcelo Rebelo de Sousa, Garcia Pereira ou o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, para darem um parecer.
O documento será depois apadrinhado por figuras públicas que o darão a conhecer em conferência de imprensa e só depois será levado a discussão com todos os partidos para que algum o leve a plenário como proposta de projecto de lei.
Paralelamente, a CAIS vai tentar reunir quatro mil assinaturas para que o documento seja discutido no Parlamento.
«Queremos que seja uma grande provocação nacional», resumiu Henrique Pinto.
Fim do artigo*
Achei interessante este projecto-lei, mas a minha conclusão, embora que imatura, diz-me que este não deixa de ter o seu interesse e relevo mas considero-o demasiado ingénuo. Qual é a sua conclusão? Será este projecto viável?