Cavaco Silva eleito por cerca de 25% do total de portugueses e Manuel Alegre votado por cerca de10% dos portugueses. O que ficou a nu foi que nenhum deles tem grande credibilidade perante o povo português.
Mas mesmo assim do universo de eleitores Cavaco Silva ganhou. Manuel Alegre saiu derrotado, e a esquerda sai de ressaca como era previsível pelos críticos mais racionais desta fantochada.
Por mais jogos de palavras que queiramos fazer, Manuel Alegre não atraiu a confiança dos portugueses e teve um resultado pior que quando concorreu como "independente".
O que ficou patente, é que os candidatos "anti-sistema" saíram vitoriosos destas legislativas. Tanto Coelho como Nobre tiveram votações surpreendentes. O que mostra bem o descrédito que o povo português tem na classe política em geral.
Tal classe política que é bem representada na figura de Manuel Alegre e Cavaco Silva.
Pois um não teve outro trabalho que ser deputado na Assembleia da República e fazer poemas (Manuel Alegre), outro é o político que há mais tempo está no poder (Cavaco Silva). Os portugueses estão fartos deste tipo de oportunistas políticos, como mostra a abstenção, os votos brancos, nulos e os votos em Nobre e Coelho.
Tanto Cavaco Silva como Manuel Alegre estiveram nos corredores do poder nos últimos 37 anos. Tanto um como outro são são as faces da mesma moeda. Cada um à sua maneira. Cada um com o seu estilo e partido, cada um com as suas hipocrisias.
Manuel Alegre não representava uma real mudança, mas sim a perpetuação do mesmo, visto que quem apresenta o programa político estrutural para o país não é o Presidente da República.
Manuel Alegre poderia ser um garante da não dissolução da Assembleia da República, sim, mas não poderia impedir a acumulação de forças do PSD e CDS e da sua previsível chegada ao poder, a curto-médio prazo. Manuel Alegre foi uma má escolha da esquerda, de uma que se rende à falta de rigor, à mediocridade e ao mais fácil nos seus critérios políticos para apoiar certa personagem. Como sempre disse e continuo a dizer. Está na hora de prestar contas, está na hora de assumir os erros e aprender com eles. Mas não desistir, nunca. Nem desistir de aprender.
Está na hora de não voltar a apoiar candidatos medíocres, mas sim ter critérios mais rigorosos e também convergentes na escolha dos candidatos, e trabalhar para isso.
Cavaco ganhou, mas é a última vez que ganha. Prometemos dar luta.
Tenho pena daqueles que se deixaram iludir em demasia pela figura do Manuel Alegre, e dos que hipocritamente apoiaram a sua candidatura. O povo português conhece-os e não acredita neles.
Como mostraram as eleições.
Só 25 % dos portugueses acreditam em Cavaco Silva, e menos de 10% em Manuel Alegre.
Aprender com os erros, e toca a levantar.
toca a levantar!
ResponderEliminarComo é que se costuma dizer? "A Luta Continua!"?
ResponderEliminarExactamente.
ResponderEliminarPalavras, palavras e teatro! Dentro do PS muitos suspiraram de alívio com o resultado das eleições. Muitos... os mesmos que votaram Cavaco.
ResponderEliminarnão preciso que tenha pena de mim,
ResponderEliminartambém não tenho de si
ainda que fosse mais simples
humildade, meu caro, humildade é crescimento... e falta muita, mesmo.
Foi o que mais faltou neste processo de apoio ao Manuel Alegre. Foi demasiada megalomania. Faltou mais humildade.
ResponderEliminarParece um grande teórico da esquerda. Contudo, porque sou de Esquerda compreendo-o. Só que apesar das voltas que o Mundo real (não bloger) já deu, aquilo que mais aprendi noutros tempos com a extrema esquerda foi a capacidade de ouvir e de ser humilde perante o contraditório, coisa que falta muito por estes lados.
ResponderEliminarAté.. logo
Não sei qual "extrema-esquerda" de outros tempos tinha a capacidade de ouvir os outros, pois era uma caracterizada pelo sectarismo como bem sabe.
ResponderEliminarAinda me há de dizer em que é que a extrema-esquerda do antigamente era humilde perante o contraditório. Além de não ser caracterizada pela humildade, também ficou caracterizada pela intolerância e algumas mortes.
Antes ser arrogante que intolerante.
Das coisas que aprendeu com a "extrema-esquerda" de outros tempos, espero que não tenha aprendido com as rusgas e os mandatos de busca em branco do COPCON. Pois eu não classifico isso como humildade.
Além de tudo isso, a extrema-esquerda de outrora era bastante mais elitista que muitos PC'S e correntes sociais-democratas em toda a europa.
E era dominada por estudantes e intelectuais, cujos círculos se caracterizavam por um elitismo intelectual enraizado e bastante forte. Eram tão humildes que se julgavam a Vanguarda do povo! Como é o exemplo das correntes de pendor trotskista. Agora pergunto. Como podem ser humildes correntes ideológicas, minoritárias, que fundamentam os seus pensamentos políticos sob o conceito de "Vanguarda popular"?
Não será isto falta de humildade?
Não serão os meninos aburguesados pós-maio 68 inspirados por filósofos do oriente?
Não será isto elitismo na sua face mais hipócrita?
Não será isto uma pseudo-humildade?
Pois, eu respondo a todas estas perguntas da mesma forma e afirmativamente. "É tudo isso".
Abraço. ( Você deve ter aprendido essa nova obsessão com humildade no último debate dos prós e contras com o António Murta, e não com a maior parte da extrema-esquerda de outrora)
P.S : Para lhe mostrar como existem várias perspectivas sobre a "humildade" na extrema-esquerda:
http://acanto.weblog.com.pt/arquivo/216298.html
E encontrará muitos mais artigos e livros da esquerda à direita a criticar a extrema-esquerda de arrogante, e portanto de falta de humildade.
Essa é a crítica clássica à extrema-esquerda.