segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Nossa Maior Glória não está em Cair, mas em Levantar a Cada Queda.


Cavaco Silva eleito por cerca de 25% do total de portugueses e Manuel Alegre votado por cerca de10% dos portugueses. O que ficou a nu foi que nenhum deles tem grande credibilidade perante o povo português.

Mas mesmo assim do universo de eleitores Cavaco Silva ganhou. Manuel Alegre saiu derrotado, e a esquerda sai de ressaca como era previsível pelos críticos mais racionais desta fantochada.

Por mais jogos de palavras que queiramos fazer, Manuel Alegre não atraiu a confiança dos portugueses e teve um resultado pior que quando concorreu como "independente".

O que ficou patente, é que os candidatos "anti-sistema" saíram vitoriosos destas legislativas. Tanto Coelho como Nobre tiveram votações surpreendentes. O que mostra bem o descrédito que o povo português tem na classe política em geral.

Tal classe política que é bem representada na figura de Manuel Alegre e Cavaco Silva.

Pois um não teve outro trabalho que ser deputado na Assembleia da República e fazer poemas (Manuel Alegre), outro é o político que há mais tempo está no poder (Cavaco Silva). Os portugueses estão fartos deste tipo de oportunistas políticos, como mostra a abstenção, os votos brancos, nulos e os votos em Nobre e Coelho.

Tanto Cavaco Silva como Manuel Alegre estiveram nos corredores do poder nos últimos 37 anos. Tanto um como outro são são as faces da mesma moeda. Cada um à sua maneira. Cada um com o seu estilo e partido, cada um com as suas hipocrisias.

Manuel Alegre não representava uma real mudança, mas sim a perpetuação do mesmo, visto que quem apresenta o programa político estrutural para o país não é o Presidente da República.
Manuel Alegre poderia ser um garante da não dissolução da Assembleia da República, sim, mas não poderia impedir a acumulação de forças do PSD e CDS e da sua previsível chegada ao poder, a curto-médio prazo. Manuel Alegre foi uma má escolha da esquerda, de uma que se rende à falta de rigor, à mediocridade e ao mais fácil nos seus critérios políticos para apoiar certa personagem. Como sempre disse e continuo a dizer. Está na hora de prestar contas, está na hora de assumir os erros e aprender com eles. Mas não desistir, nunca. Nem desistir de aprender.

Está na hora de não voltar a apoiar candidatos medíocres, mas sim ter critérios mais rigorosos e também convergentes na escolha dos candidatos, e trabalhar para isso.

Cavaco ganhou, mas é a última vez que ganha. Prometemos dar luta.
Tenho pena daqueles que se deixaram iludir em demasia pela figura do Manuel Alegre, e dos que hipocritamente apoiaram a sua candidatura. O povo português conhece-os e não acredita neles.
Como mostraram as eleições.

Só 25 % dos portugueses acreditam em Cavaco Silva, e menos de 10% em Manuel Alegre.

Aprender com os erros, e toca a levantar.

8 comentários:

  1. Como é que se costuma dizer? "A Luta Continua!"?

    ResponderEliminar
  2. Palavras, palavras e teatro! Dentro do PS muitos suspiraram de alívio com o resultado das eleições. Muitos... os mesmos que votaram Cavaco.

    ResponderEliminar
  3. não preciso que tenha pena de mim,
    também não tenho de si
    ainda que fosse mais simples

    humildade, meu caro, humildade é crescimento... e falta muita, mesmo.

    ResponderEliminar
  4. Foi o que mais faltou neste processo de apoio ao Manuel Alegre. Foi demasiada megalomania. Faltou mais humildade.

    ResponderEliminar
  5. Parece um grande teórico da esquerda. Contudo, porque sou de Esquerda compreendo-o. Só que apesar das voltas que o Mundo real (não bloger) já deu, aquilo que mais aprendi noutros tempos com a extrema esquerda foi a capacidade de ouvir e de ser humilde perante o contraditório, coisa que falta muito por estes lados.
    Até.. logo

    ResponderEliminar
  6. Não sei qual "extrema-esquerda" de outros tempos tinha a capacidade de ouvir os outros, pois era uma caracterizada pelo sectarismo como bem sabe.

    Ainda me há de dizer em que é que a extrema-esquerda do antigamente era humilde perante o contraditório. Além de não ser caracterizada pela humildade, também ficou caracterizada pela intolerância e algumas mortes.

    Antes ser arrogante que intolerante.
    Das coisas que aprendeu com a "extrema-esquerda" de outros tempos, espero que não tenha aprendido com as rusgas e os mandatos de busca em branco do COPCON. Pois eu não classifico isso como humildade.

    Além de tudo isso, a extrema-esquerda de outrora era bastante mais elitista que muitos PC'S e correntes sociais-democratas em toda a europa.
    E era dominada por estudantes e intelectuais, cujos círculos se caracterizavam por um elitismo intelectual enraizado e bastante forte. Eram tão humildes que se julgavam a Vanguarda do povo! Como é o exemplo das correntes de pendor trotskista. Agora pergunto. Como podem ser humildes correntes ideológicas, minoritárias, que fundamentam os seus pensamentos políticos sob o conceito de "Vanguarda popular"?
    Não será isto falta de humildade?
    Não serão os meninos aburguesados pós-maio 68 inspirados por filósofos do oriente?
    Não será isto elitismo na sua face mais hipócrita?
    Não será isto uma pseudo-humildade?

    Pois, eu respondo a todas estas perguntas da mesma forma e afirmativamente. "É tudo isso".

    Abraço. ( Você deve ter aprendido essa nova obsessão com humildade no último debate dos prós e contras com o António Murta, e não com a maior parte da extrema-esquerda de outrora)

    P.S : Para lhe mostrar como existem várias perspectivas sobre a "humildade" na extrema-esquerda:

    http://acanto.weblog.com.pt/arquivo/216298.html

    E encontrará muitos mais artigos e livros da esquerda à direita a criticar a extrema-esquerda de arrogante, e portanto de falta de humildade.

    Essa é a crítica clássica à extrema-esquerda.

    ResponderEliminar