domingo, 12 de setembro de 2010

Liberdade de Desobedecer a uma Falsa Democracia

1. O que é a Desobediência Civil?

Desobediência Civil refere-se a qualquer acto ou processo de desafio público a uma lei ou medida proclamada pelas autoridades governamentais estabelecidas, sendo esta mesma acção premeditada, entendida e assumida pelos seus protagonistas como ilegal ou de legalidade controversa.

Pode consistir em fazer o que é proibido ou em não fazer o que é exigido, mas a acção deverá ser aberta e publicamente declarada.

A desobediência civil não tem um âmbito pessoal, isto é, refere-se a um princípio de justiça e todas as questões que a mesma levanta têm carácter moral.

Outra característica dos actos de Desobediência Civil é que os mesmos devem ser aceites como moralmente legitimados perante as testemunhas da acção e a generalidade do corpo público (inclusive pelos próprios adversários). Para tal, é essencial que seja reduzido tanto quanto possível os custos da luta em termos de sofrimento e privações a terceiros.

São várias as definições de Desobediência Civil; em muitas das apresentadas é usual associar-se dois conceitos à mesma, com os quais estou amplamente em desacordo.

Primeira: A Desobediência Civil é uma forma de acção não-violenta. Estes dois conceitos são distintos, na medida em que o segundo exclui acções violentas e o primeiro não o faz necessariamente. A desobediência civil apenas sugere os maiores cuidados no sentido de evitar ou reduzir a violência.

Segunda: A Desobediência Civil é colectiva. Esta, para mim, é das afirmações mais ingénuas que surge em grande parte das definições do tema. Ao afirmar que a desobediência civil é exclusivamente colectiva, tenta-se libertar a mesma do conceito de desobediência individual, separando assim o activista da desobediência civil de um transgressor comum. No entanto, aqui a grande diferença está no fim da acção, isto é, o fim público ou o privado. E se uma única pessoa “desobedecer” com o intuito de alertar para alguma situação que creia ser injusta? O grande exemplo de Thoreau, que terá recusado pagar impostos a um estado esclavagista não é desobediência civil apenas porque a sua acção foi individual? A desobediência Civil pode ou não ser colectiva, o que a definirá será o fim e não o número de protagonistas.


2.“Desobediência civil e a democracia”

Esta será a questão que gera mais debate neste tema. Na actual sociedade em que vivemos, dita democrática, a rejeição e a não-aceitação da desobediência civil é um bom factor para o grau de estabilidade, senão até para a imunidade perante qualquer transformação social.

Falemos então da desobediência enquanto “anti-democrática”.

Muitos questionam a compatibilidade da desobediência civil na nossa sociedade democrática. Questionam se não colocará os seus valores em questão, se não colocará a própria democracia em causa. Seguem-se frases como “qualquer maioria deve ser respeitada” ou que “a maioria tem o bom senso de aprovar leis e politicas correctas”.

Nunca esta cegueira face à razão e à maioria foi tão profunda.

A lógica é fácil de se compreender. Quando o povo detém o poder, entrega-o à maioria, não por esta ter razão, mas por dispor única e simplesmente de mais força. O facto de a maioria determinar as leis, não significa que a maioria as determine com vista na justiça ou na igualdade.

De acordo com os ideais clássicos, a democracia deverá ser “uma comunidade de membros politicamente iguais, livres de promoverem o bem comum e também os seus próprios interesses”. A verdade é que estes mesmos ideais têm sido abandonados na medida em que se pensa que a democracia já estará cumprida.

A democracia encontra-se ainda por realizar, pelo menos no sentido do termo, daí o argumento de que a lei representa a vontade da maioria ser falso.

Nos estados há uma tendência para a criação de sistemas políticos e económicos camuflados com o ideal de democracia, assim criados, o estado torna-se instrumento dos mesmos, instrumento dos economicamente mais poderosos. Enquanto a real maioria do povo permanece numa cegueira profunda, desprovida de qualquer influência num estado que julga ser seu, obedecendo a leis que julga ter criado e conformando-se com um governo que julga até democrático.

De facto, o lado preocupante será que os cidadãos não só são levados a cumprir as leis feitas pela dita “maioria”, como as aceitam como moralmente legítimas, uma vez que acreditam representar a sua vontade.

Nesta situação ilusória de ideal perfeito, os grupos influentes e poderosos continuam a governar, enquanto, através das mais diferentes formas de doutrinação, os menos privilegiados economicamente tornam-se cada vez menos capazes de pensar e agir.

Através da desobediência civil, não aceitando viver de acordo com as leis da “democracia”, caminha-se então para a transformação e tentativa de realização da mesma.

O cidadão que é actor de desobediência civil, prova dessa forma que se terá libertado da “crença dominante” de que a democracia está já realizada.

É urgente e necessário que haja uma libertação do mito de que vivemos numa Democracia.

“Não é desejável que se cultive o respeito à lei, tanto quanto o respeito à justiça” H.D.T.


A desobediência civil não só é aceitável num estado a que gostam de chamar de “Democracia” como é o único voto em que o cidadão tem a oportunidade de afirmar a sua própria liberdade.

Uma liberdade que não se mostra na contagem dos votos, uma liberdade que não se expressa no parlamento, uma liberdade que não se encontra na maioria e mesmo assim uma liberdade que se recusa a calar. A liberdade de desobedecer.

31 comentários:

  1. Isto não foi um trabalho teu para a escola?

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  2. Foi sim, ensaio sobre Desobediência Civil para Filosofia.

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  3. muito bom Laurinha!:)
    Já tinhamos falado mas está melhor ainda do que pensava..

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  4. creio que não leva o seu texto às ultimas consequências, e que faz uma conclusão bastante superficial. porque se levasse às ultimas consequencias perceberia que a democracia não é compatível com a liberdade. que o estado não é compativel com a liberdade. que nunca vai haver um estado que não imponha sobre os cidadão algum tipo de coercção. que estado e liberdade não andam de mãos juntas. que no final o que advoga com a desobediencia civil nada mais é que a hegemonia da liberdade do individuo

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  5. olá Tiago, não posso concordar contigo quando vês a democracia incompatível com a liberdade, posso aplaudir-te se afirmares que este produto defeituoso que nos vendem actualmente chamado "Democracia" é incompatível com a liberdade de cada individuo. Mas isso é diferente. Provavelmente nunca nós podemos de facto experimentar a Democracia, mas o que não devemos aceitar é que tornem este tal produto defeituoso nessa outra que defendemos, porque sabemos que não o é.
    Numa posição anarquista, achas que este estado jamais poderá andar de mãos dadas com a liberdade. Aceito e até concordo, este estado de facto jamais o poderá andar. O problema é quando dizes: "...que nunca vai haver um estado" onde isso não aconteça. E aí tenho a minhas dúvidas, até porque não consigo ver este actual estado nem esta actual democracia como exemplos. E tenho a posição, talvez ingénua, de achar que um Estado e uma Democracia formadas realmente pelas pessoas poderiam caminhar de mãos dadas com a liberdade. A pergunta é: acreditas que este é sem dúvida “O Estado”? acreditas que esta é “A Democracia”? Eu não acredito.

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  6. Cara Laura, para mim, e na minha visão extrema das coisas, não existe estado sem algum tipo de coerção. a democracia não existe sem um estado, logo a liberdade não é possível com ambos. muito simplista este raciocínio, admito.

    mas só para salientar uma coisa: tu defendes uma democracia mais perfeita, provavelmente longe da que nos encontramos. mas consegues admitir a existência de um estado sem a retirada de liberdade a um individuo, por minima (que nunca será minima na minha opinião) que seja?

    outra coisa: este pensamento, muito bonito do "Estado e uma Democracia formadas realmente pelas pessoas".

    que quer isto realmente dizer? na minha ideia o estado já é formado por pessoas. quem são REALMENTE as pessoas? o realmente refere-se a algum nivel existencial, politico, social? são alguns, ou são todos?

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  7. Mas cara amigo: "não existe estado sem algum tipo de coerção" concordo com esta frase, mas será que também poderá existir capitalismo e mercado-livre sem coação? Não será o capitalismo um sistema de produção coercivo e mercado também?

    O Capitalismo não poderá existir sem estado. O capitalismo usa a coação e necessita dela.

    Não será a propriedade privada uma forma de coação? Pois eu penso que é.

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  8. Não será coação quando um patrão tira o (sustento) emprego a um trabalhador sem razão alguma? Não será coação privar qualquer cidadão da terra ou dos meios de produção? Não será coação polícias privadas? Não será coação a lógica de concorrência de mercado? Não será coação o sistema hierarquizado do capitalismo, onde uns trabalham e outros apoderam-se dos excedentes? Não será coação privar o homem comum da sua natureza? Pois, é. Tal como o estado o capitalismo é um sistema autoritário, pelas suas estruturas, por mais santo que seja o empresário ele sempre vai ter de privar alguém de algo e exercer alguma coação.

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  9. O estado nisto tudo tem uma vantagem em relação ao capitalismo, o estado ainda tenta ser democrático, universal e ter instrumentos de participação popular, o capitalismo nem isso.

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  10. "mas será que também poderá existir capitalismo e mercado-livre sem coação?"

    só pode existir verdadeiro capitalismo e mercado livre sem coação.

    "O Capitalismo não poderá existir sem estado. O capitalismo usa a coação e necessita dela"

    completamente errado. esta a confundir corporativismo com capitalismo. numa sociedade capitalista o estado não pode ter qualquer intervenção, quer para beneficiar quer para prejudicar, ou quer para regular. a ligação do estado com o poder económico é o maior criador de monópolios e isso nada tem a ver com capitalismo

    "Não será a propriedade privada uma forma de coação?"

    tirarem-me aquilo que é meu, isso sim é uma forma de coação. tirarem-me a minha casa, tirarem-me os meus terrenos, o meu carro, ou o meu portatil é uma forma de coação.

    "Não será coação quando um patrão tira o (sustento) emprego a um trabalhador sem razão alguma?"

    evidentemente nao desejo essa situação, mesmo aceitando que ela possa acontecer. mas acredito que num mercado livre uma pessoa com poucos rendimentos terá mais hipoteses de encontrar um emprego melhor ou até mesmo de mais facilmente criar um negócio próprio. assim como será mais fácil para as pessoas identificarem quem é um bom patrão e quem é mau.

    "Não será coação privar qualquer cidadão da terra ou dos meios de produção? "

    mas quem faz isso é o socialismo! que nos priva da terra e dos meios de produção!

    "Não será coação polícias privadas?"

    é coação não poder recorrer a outras formas de policiamento. é coaçao nao poder pagar do meu bolso uma policia na minha rua. é coação nao me poder defender de um policia do estado, quando a palavra dele vale mais que a minha.

    "Não será coação a lógica de concorrência de mercado?"

    como assim, pode ser coação? não vejo em q sentido um mercado livre com concorrencia possa ser algum tipo de coação. agora o contrário, sim. um mercado onde domina uma empresa com apoio do estado em que nao existe liberdade

    "Não será coação o sistema hierarquizado do capitalismo, onde uns trabalham e outros apoderam-se dos excedentes?"

    as hierarquias sempre fizeram parte da sociedade. cada um ganha aquilo que as outras pessoas estao dispostas a pagar. os jogadores de futebol nao ganham todos o mesmo, mesmo trabalhando o mesmo.

    "Não será coação privar o homem comum da sua natureza? "

    mas isso é q faz o estado, ao retirar liberdades as pessoas, impor regras contrárias à sua natureza.

    "o empresário ele sempre vai ter de privar alguém de algo e exercer alguma coação."

    isto só demonstra a forma preconceituosa como vês os termos económicos. um empresário pode mto bem ter sido a solução para a saída da pobreza. um empresário cria emprego, cria riqueza, cria oportunidades de existirem outros empresários. mas pronto isso é mau.

    "estado ainda tenta ser democrático, universal e ter instrumentos de participação popular "

    nunca conheci um estado assim desculpa.

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  11. irarem-me aquilo que é meu, isso sim é uma forma de coação. tirarem-me a minha casa, tirarem-me os meus terrenos..."

    Desde quando é que alguém deve ousar dizer que "tem terrenos seus" unicamente por ter dinheiro para os comprar?
    Não será isto coerção para com os indivíduos que não tem dinheiro. Não estarás a roubar algo que pertence a todos com legitimação de uma polícia privada? Isso não é coerção?

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  12. "evidentemente nao desejo essa situação, mesmo aceitando que ela possa acontecer. mas acredito que num mercado livre uma pessoa com poucos rendimentos terá mais hipoteses de encontrar um emprego melhor ou até mesmo de mais facilmente criar um negócio próprio. assim como será mais fácil para as pessoas identificarem quem é um bom patrão e quem é mau."

    Não será esta resposta algo bizarra, onde o que existe é mais fé que razão face à injustiça?
    Um bom patrão um mau patrão? Um patrão é patrão quer ganhar mais, o trabalhador também, esses interesses entram em contradição seja bom ou mau. Na terra não existem santos, e também não existem diabos.

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  13. "é coação não poder recorrer a outras formas de policiamento. é coaçao nao poder pagar do meu bolso uma policia na minha rua. é coação nao me poder defender de um policia do estado, quando a palavra dele vale mais que a minha."

    E eu que quero policia pública como mais gente, e não polícia privada posso optar por escolher a pública? Quem é que julga que não podemos usar a polícia privada para atacar ou defender um crime?

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  14. "as hierarquias sempre fizeram parte da sociedade. cada um ganha aquilo que as outras pessoas estao dispostas a pagar. os jogadores de futebol nao ganham todos o mesmo, mesmo trabalhando o mesmo."

    Não são as hierarquias coercivas? Os Estados também sempre fizeram parte das sociedades à tanto quanto as hierarquias! mas não são as pessoas que definem as hierarquias.

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  15. "nunca conheci um estado assim desculpa."

    Tal como eu nunca conheci um capitalismo como tu pintas!

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  16. "Desde quando é que alguém deve ousar dizer que "tem terrenos seus" unicamente por ter dinheiro para os comprar?"

    se uma arvore fosse de todos como se decidiria o que fazer com a madeira? uns diziam vamos fazer um barco, outros uma casa, ate que alguem disse, olha dou-vos isto e a arvore é minha, problema resolvido.


    "Não será isto coerção para com os indivíduos que não tem dinheiro. Não estarás a roubar algo que pertence a todos com legitimação de uma polícia privada? Isso não é coerção?"

    os individuos q não tem dinheiro tem uma natural desvantagem àqueles que têm, mas isso não representa uma coerção. uma pessoa pode nascer mais pobre, com menos terrenos, com problemas hormonais, menos inteligente, mais baixa e segundo esse argumento todas elas seriam alvo de coerção por se encontrarem numa posição inferior. tal como defender as coisas que me pertencem não é coerção.

    "Não será esta resposta algo bizarra, onde o que existe é mais fé que razão face à injustiça?"

    eu pelo menos não tenho a audacia de afirmar que todos os problemas sociais desaparecem. mas afirmo que este sistema é o mais próximo de isso acontecer.

    "E eu que quero policia pública como mais gente"

    ou seja a maioria vai ter o direito de roubar o dinheiro a pessoas que nao concordam. defendes isso?

    "Quem é que julga que não podemos usar a polícia privada para atacar ou defender um crime? "

    eu não defendo a privatização dos tribunais. portanto continuaria a ser um tribunal publico que respeitasse uma constituição clara.

    "Não são as hierarquias coercivas?"

    não. existe hierarquia na familia, no clube de xadrez, num blogue e em todas elas tu tens a escolha de fazer parte ou não delas. o mesmo não acontece com o estado- dai a coerção.

    "Tal como eu nunca conheci um capitalismo como tu pintas!"

    eu tambem não conheci.

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  17. "eu não defendo a privatização dos tribunais. portanto continuaria a ser um tribunal publico que respeitasse uma constituição clara."

    Mas se a lei é policêntrica, hás de me explicar como são as constituições e se são democráticas!

    "não. existe hierarquia na familia, no clube de xadrez, num blogue e em todas elas tu tens a escolha de fazer parte ou não delas. o mesmo não acontece com o estado- dai a coerção."

    Mentira, hierarquia existe no estado, existe no capitalismo. Hierarquia não existe em cooperativas, a hierarquia não existe em modos de produção horizontais, esses sim são os que potenciam o individuo. Tal como tu dizes que a família tem hierarquia eu sou contra essa hierarquia o patriarcado, é uma forma de coerção sobre as mulheres. A hierarquia não existe numa associação de produtores-livres.

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  18. "eu não defendo a privatização dos tribunais. portanto continuaria a ser um tribunal publico que respeitasse uma constituição clara."

    Como é que alguém sem dinheiro podia ter segurança?

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  19. "os individuos q não tem dinheiro tem uma natural desvantagem àqueles que têm, mas isso não representa uma coerção. uma pessoa pode nascer mais pobre, com menos terrenos, com problemas hormonais, menos inteligente, mais baixa e segundo esse argumento todas elas seriam alvo de coerção por se encontrarem numa posição inferior. tal como defender as coisas que me pertencem não é coerção."

    Mas consegues perceber que uma pessoa que ganhe 500.OOO euros mês, tem um poder de coerção sobre uma que ganhe 1.000 por mês? E isso é uma desvantagem natural? Discrepâncias de salários tão elevadas?

    Para mim as pessoas quando nascem devem ter as mesmas oportunidades apartir dessas é que se vê quem é que deve receber mais. Eu não digo que uma pessoa é mais desvantajada que outra quando não sei quais são os talentos dessa pessoa, todas as pessoas tem talentos diferentes. Não faço uma hierarquização de "qualidades" de pessoas, mas sim uma de qualidades de técnica, conhecimento e trabalho.

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  20. Uma pessoa que tenha fome e não tenha propriedade é forçada a vender o seu tempo a um capitalista para poder sobreviver. Isso não é coerção?

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  21. "se uma arvore fosse de todos como se decidiria o que fazer com a madeira? uns diziam vamos fazer um barco, outros uma casa, ate que alguem disse, olha dou-vos isto e a arvore é minha, problema resolvido."

    Uma árvore ou deve ser porpriedade de uma associação de produtores, cooperativa, organização não-governamental ou de um produtor individual que tem direito à propriedade pelo uso, pelo trabalho.

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  22. Uma pessoa deve ter acesso à propriedade se a trabalhar ou usufruir dela. Isto permite que todos tenham acesso mais igual a esta, pois nem todos têm capital. E tem uma vantagem incentiva as terras abandonadas por vezes de proprietários que simplesmente só a têm ao abandono. É um crime uma terra ser de alguém mesmo estando por vezes anos e anos abandonada. Eu até conheço o teu capitalismo, penso que o mais próximo dele foi aquele perto da revolução industrial aquele em que os trabalhadores trabalhavam 12 horas por dia, onde as crianças também trabalhavam, esse é que é o capitalismo que ajuda os pobres o com fracas regulamentações!!

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  23. em relação à pobreza, primeiro uma coisa: o estado não tem responsabilidades! as pessoas têm responsabilidades! o estado tal como um edificio não tem responsabilidades, não faz nada, quem faz alguma coisa são as pessoas

    segundo
    a pergunta tem que ser: como nós como pessoas podemos ajudar os mais desfavorecidos? e de que forma mais eficiente.

    duas respostas: atraves de um sistema de roubo e violencia que é o estado. ou através de acto voluntário de responsabilidade. não é preciso dizer qual defendo.

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  24. E eu agora digo-te, é impossível calcular o valor de uma remuneração singular num sistema tão complexo como o das sociedades actuais. Porque o que cria o valor é um património social é uma acumulação de conhecimentos e trabalho anteriores ao individuo, é uma acumulação tal e uma interligação de empresas com mais empresas que faz com que tu possas produzir algo numa determinada função da sociedade, deve-se compreender que a sociedade também contribuiu para a riqueza que tu crias dando a possibilidade de aceder ao conhecimento de uma forma tendencialmente gratuita. Uma pessoa que inventa um computador não se pode esquecer das pessoas que inventaram o transitor, isto tudo é um património social e um acumulação de conhecimento ao longo de séculos que por mais barreiras e propriedadezinhas que querem inventar não pertence a ninguém mas sim a todos como património social e isso jamais se pode privatizar!

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  25. Eu unicamente defendo que a remuneração deve se basear no trabalho que se fez, quem trabalha mais recebe mais, o trabalho mais qualificado deve ganhar mais por essa qualificação. Mas admito que é impossível a bom rigor determinar quanto é que se merece uma remuneração singular tendo em conta as interligações e complexa rede empresarial de hoje, porque tudo isso acaba por valorizar ou desvalorizar o trabalho que se está a fazer.

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  26. "segundo
    a pergunta tem que ser: como nós como pessoas podemos ajudar os mais desfavorecidos? e de que forma mais eficiente.

    duas respostas: atraves de um sistema de roubo e violencia que é o estado. ou através de acto voluntário de responsabilidade. não é preciso dizer qual defendo."


    Eu não acredito no homem quando as estruturas que estão à volta dele estimulam comportamentos e atitudes solipsistas. Quando pões um lobo numa jaula com 3 cordeiros não estás à espera que ele lhe dê festinhas, tens uma visão muito puritana do mundo, eu não acredito na caridadezinha... a caridadezinha não resolve infelizmente, há que ser práticos. Ou estamos do lado do empresário "que não quer ser alvo de coerção" ou do lado das pessoas que estão com fome, a morrer ou que trabalham e pouco vêem de vida e de dinheiro ao final do dia. Esse extremo de ser anti-coerção mas ser capitalista além de ser contraditório é uma coisa muito pouco pragmática e realista. E pensava eu que era pouco realista e pragmático.

    As pessoas querem bem-estar e serem bem reconhecidas no trabalho que fazem, querem participação política mais activa, querem o que a sociedade lhes pode dar como seres humanos, a sociedade deve potenciar o individuo, e o individuo não se potencia não intervindo, o individuo potencia-se com uma intervenção social nesse sentido. A sociedade deve dar acesso à cultura, habitação, trabalho, participação, saúde para que o individuo possa dar o seu melhor, é um investimento que se faz no individuo, nós queremos investir nos indivíduos, não queremos usar os indivíduos como puros agentes económicos consumidores/produtores, queremos cidadãos que rompam com essa vida que só serve para consumir e produzir... essa lógica capitalista. Porque se calhar não sabes, as férias que tu gozas, que os teus amigos gozam, que os teus familiares gozam, gozam-nas graças ao Estado, porque se fosse capitalismo puro como existiu no principio do século 19, se calhar já não gostavas tanto... era um com muito pouco estado... onde as pessoas não tinha direito a exprimir a sua opinião sem serem despedidas, a não ter férias e ect... eram meros instrumentos.
    AS PESSOAS NÃO SÃO INSTRUMENTOS.

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  27. Isso do mercado é uma religião, é a religião moderna. É a crença sacro-santa que tem os dias contados, porque é o próprio mercado que se destrói, a irracionalidade total acaba sempre por destruir a economia tal como o planeamento total.

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  28. primeiro isso de julgar as pessoas não fica bem. não conheces o meu passado e muito provavelmente ficarias surpreendido.

    mas eu acho q se devem discutir ideias, e tu neste momento estás a disparar em várias direcções, misturando situações e factos diferentes muito superficialmente. depois o facto de usares slogans no teu discurso, vai buscar muito ao imaginário politico demagógico e isso não me agrada nada.
    ha uns anos provavelmente estaria do teu lado, agora não. e se fores uma pessoa aberta certamente lerás coisas que te façam mudar de opinião. mas não acredito porque já pareces demasiado entusiasmado na retórica politica.
    eu acredito na liberdade, tu não. é essa a diferença fundamental.

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  29. Primeiro, eu não julgo ninguém porque ainda não tirei o curso de Direito e ainda não sou magistrado. Mesmo não o tendo não perdia tempo a julgar-te. Vamos às ideias, deixar de tretas, e de marias ofendidas sem
    propósito.

    Eu acredito na democracia e isso para mim é liberdade. Ao contrário de ti. Eu baseio o meu pensamento na ideia de democracia, porque para mim esse é o modelo mais justo e racional de organiação humana.

    Ser partidário da liberdade, é um bom slogan, mas é muito vago. Conheço muito boa gente que também se diz partidária da liberdade, e que essa liberdade é tirânica. Qualquer social-democrata ou liberal diria isso. Diria mesmo que essa frase é muito "cliché" e também me remete para um imaginário político demagógico e demasiado vasto.

    Eu disparo em várias direcções e tu se disparas, disparas para o chão. Isso da pessoa aberta, se fosse à uns anos também usaria essa "terminologia" mas agora não. Pessoa aberta também é muito vago e depende da prespectiva.

    Se à frase e ideia que pode ser demagógica e até algo totalitária é essa "eu acredito na liberdade, tu não. é essa a diferença fundamental".

    Meu amigo isso qualquer um poderia dizer. Eu reconheço que tu possas ver liberdade nas tuas crenças, mas também reconheço que eu possa ver nas minha, e reconheço que outra pessoa possa ver liberdade e acreditar na liberdade tendo outra ideologia diferente da minha.

    Não é por uma pessoa não acreditar na minha ideologia que eu vou dizer que ela não acredita na liberdade. Não faz sentido.

    És tão liberal, mas gostas de ter um monopólio sobre o conceito "liberdade".

    Sê mais "aberto" (esse conceito em que acreditas) e dá espaço às pessoas de acreditarem na liberdade, acreditando no comunismo ou no anarco-capitalismo, ou numa coisa qualquer.

    Há várias liberdades, não há só uma, por vezes a liberdade de uns é a opressão de outros, e isso é que a meu ver tem de ser gerido.

    Não monopolizes a liberdade e deixa-a ter concorrência, isso fica mal num AC.

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