sábado, 18 de setembro de 2010

Um pequeno texto que encontrei na cantina da minha faculdade (dá bem para perceber porquê), e que decidi partilhar.

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III

5 comentários:

  1. o mais engraçado é que há por aí gente a querer fazer isso, mas literalmente, e gostam de se chamar revolucionários:

    http://en.wikipedia.org/wiki/Anarcho-capitalism

    :S

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  2. anarco capitalistas são revolucionarios... o meu amigo é conservador. defende o estado, defende as regalias e os privilégios, defende o "bem comum", defende a demagogia e não acredita no individuo.. é essa a diferença: os anarco capitalistas acreditam que o homem prospera sem a necessidade de um estado injusto e opressor.. o anarco capitalismo encontra-se no extremo da liberdade, mas isso é um percurso que as pessoas nao preferem percorrer.. interessam-se antes pela demagogia e pelos lugares comuns socialistas.

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  3. Tiago, o "extremo da liberdade" prometido pelo anarco-capitalismo não é mais do que retórica. A partir do momento em que um indivíduo tem mais poder económico que outro -- condição inevitável em qualquer capitalismo, e exacerbada na versão... hem-hem... "anarquista" do capitalismo -- existe poder de facto de um homem sobre o outro. O que é contrário à ideia do "extremo da liberdade", como de certo concordará.

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  4. nao, claramente não concordo. as relações de poder sempre fizeram parte da história humana: os maiores tiranos sempre se encontraram na abstracção do estado, quer sejam eles de esquerda ou direita.o que voce pretende é a "igualdade" sobre a liberdade. pretende uma sociedade menos justa, mas mais igualitária pela simples retirada de liberdade das pessoas através da coerção e da violencia por um bem que denomina de bem "comum" (muito defendido nas grandes ditaduras)

    um dos exemplos que mais gosto e que sustenta o livre mercado: os transportes. os paises com melhores transportes colectivos são aqueles onde existe menos legislação e onde existe maior liberdade, muitas vezes denominados de pais sub desenvolvidos. aqui em portugal andar de táxi é um luxo. nesses paises uma familia classe media baixa tem capacidade para andar de taxi. mas se nao for de taxi tem muitas mais ofertas, e nao tem que esperar 30 min por um autocarro...mas isso já é muita conversa para aqui...

    cumprimentos

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